O Turismo de Zurique apresentou uma nova marca, mas ela sequer parece uma!
E olha que eu sou da filosofia que branding vale muito mais que logo, mas é até difícil pensar no branding de um logo que carece de qualquer apelo emocional.
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Zurique, a melhor cidade do mundo
A comuna de Zurique, ou Zürich, é a principal e mais populosa cidade da Suíça e frequentemente apontada como a melhor cidade do mundo—e não, Zurique não é a capital da Suíça (que sequer tem uma).
A cidade é conhecida como um destino hipster europeu graças ao background artístico do país, que nos deu legados valiosos como o design suíço. [aprenda no link]
E é por isso mesmo que o governo logo encomendou um logo daqueles… ou não?
O novo logo de Zurique
Nosso principal conceito é um sistema flexível que combina logo e storytelling em infinitas variações e contextos.
Combinar design e storytelling tem um enorme potencial no papel, mas uma coisa que você aprende no marketing é que “papel aceita qualquer coisa”. Não adianta ter uma puta ideia e vacilar na hora de botá-la pra fora:
Tudo que o Studio Marcus Kraft fez foi alterar a Helvetica (criada pelo suíço Max Miedinger) para gerar isso que eles chamam de “typeface personalizada”, mas que qualquer iniciante nota que é a Neue Haas Grotesk.
Na minha opinião, não basta colorir a melhor fonte do mundo para criar um logo.
► DICA: redesigns de cidades (muitos melhores que esses) ◄
Acima você pode ver como o storytelling casa com o logo, contando pequenas histórias que vão desde a vida noturna ao celeiro tecnológico suíço.
Só que o que a Marcus Kraft chama de logotipo eu chamo de sinalização: ele fica perfeito numa placa ou folheto, mas incapaz de se apresentar como um logo (o que é básico que você espera de um logo, hahaha)!
Aplicações do logotipo
Embora o logotipo se saia super bem nas aplicações, isso não me parece um mérito—não é a toa que a Helvetica é uma muleta de tantos designers.
É claro que o turista vai curtir as aplicações, ou pelo menos não odiar, mas quem investe em um logo buscando a neutralidade, não é mesmo?
Faltou um símbolo, um caractere especial, ou pelo menos um play with words (tipo um Letterstacking, uma das tendências do design de logos) para tornar o logotipo de Zurique minimamente apaixonante.
Mas é aquilo, né: Zurique é um lugar maravilhoso e impossível de não amar. As pessoas vão gostar do redesign porque a cidade em si já faz um branding velado dele.
Minha Opinião
Se você for considerar que a Marcus Kraft é um estúdio de design (e não branding), e que esse projeto deve ter custando uma fortuna, a nota beira ao zero.
O conceito de combinar design e storytelling é nota mil, mas “de boas intenções o inferno está cheio”; os designers parecem terem sido incapazes de concretizar a ideia.
O resultado é um logo que tá mais para um letreiro, de empatia nula, e que só não vai fracassar porque está na “melhor cidade do mundo” (ou seja, mérito zero).
Mas essa é só a minha opinião: e você, o que achou desse redesign?