Novo brasão da Peugeot na fachada de um prédio

A Psicologia do Rebrand da Peugeot [Análise Detalhada]

Novo brasão da Peugeot na fachada de um prédio

A Psicologia do Rebrand da Peugeot [Análise Detalhada]


Não é todo dia que uma grande marca tem coragem para inovar — muito menos seguindo princípios psicológicos tão sólidos quanto a Peugeot.

A nova marca foi criada para “coroar o movimento para o mercado de luxo”, ou seja, a entrada no mercado de luxo. Ela seguiu três princípios para isso:

  • Facialização;
  • Emoção;
  • Incompletude.

A união desses fatores resultou em um dos poucos logos que a comunidade se reuniu para celebrar em vez de odiar, mas o que explica isso? Desce aí que eu te conto os segredos de psico por trás dessa maravilha!

Tópicos do Artigo 


Novo logo da Peugeot

Foca no que importa

Eu sempre gostei do logo da Peugeot, mas você nota uma diferença brutal ao comparar a novidade com o logo anterior.

O principal motivo é que o leão original tem proporções compactas, então ele parece mais um brinquedo do que uma fera. Não é ideal para o público masculino, menos ainda se estamos falando do mercado de luxo.

O redesign resolve isso colocando todo o foco no rosto do leão, assim ele deixa de ser processado pelo seu Córtex Visual (que faz varredura de objetos como um todo) e passa para o Giro Fusiforme*, que foca no reconhecimento de faces.¹

Isso é relevante porque o Giro identifica rostos junto com a região mais intelectual do cérebro (o Lobo Frontal), ou seja: o logo não é apenas percebido, mas interpretado ativamente, o que o torna naturalmente envolvente!

Aqui vai um segredo: o Giro fica localizado no Lobo Temporal — daí o nome Temporal Cerebral. 😉


Impressões com a nova marca da Peugeot

Emoção é tudo no Design

Humanos são movidos por emoção e isso não é modo de falar: pessoas que perdem a capacidade de sentir também perdem a capacidade de agir, se tornando totalmente incapazes.²

Isso implica que o seu cérebro está procurando sentir algo o tempo todo, então se um design tem emoção, ele automaticamente chama a tua atenção!

Isso é ótimo para a Peugeot pois a eliminação do corpo do leão coloca todo o foco no rosto furioso do animal, o que faz a sua amígdala cerebral (responsável por detectar ameaças) disparar assim que você avista o logo.³

Como a amígdala também as gere emoções (principalmente a raiva), isso significa que você fica duplamente atraído pela marca, tornando o novo brasão da Peugeot ainda mais difícil de ser ignorado.

Aqui vale um teste rápido: Afaste o rosto da tela até o logo ficar pequenininho, aí tente focar a sua visão exatamente do brasão. Você vai notar que a sua visão não flutua pras costas nem o letreiro, mas sim pra cara do leão o tempo todo. É impossível resistir!

Dica de ouro pra todo criativo: se você quer fazer designs mais envolventes, foque em mexer com as emoções do seu público-alvo, seja na forma de imagem ou texto.


PARA! PARAPARA!

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Eu nem sou mais designer gráfico, mas com um professor desses, até eu tô pensando em fazer! 😀


Comparativo com a marca de 1960, que também era um brasão

O seu cérebro criou este logo

Sabe aquela história de que “o livro é sempre melhor que o filme”? Há duas explicações psicológicas para isso:

  • Livros têm muitos mais detalhes (e, consequentemente, duração), então você se envolve muito mais com eles.
  • E como livros tem descrições em vez de imagens, a maior parte da história é criada na sua cabeça.

O curioso é que estudos mostram que as pessoas acham rostos incompletos mais bonitos, pois se você não consegue ver o rosto de alguém por completo, resta ao seu cérebro completar a face com o que ele considera ideal.

Coisa semelhante acontece aqui com esse redesign da Peugeot, onde você tem traços, mas não tem definições umas linhas aqui e alí, mas não tem todos os detalhes de uma ilustração comum, então o leão ideal é criado pelo seu cérebro em vez pelo designer da marca.

Se você ainda tem dúvidas, compare logom-a-r-c‑a de 1960 (cheia de detalhes) com o de 2021 e me diz qual é a mais bonita! Hahaha


Segredos estéticos finais

Eu falei lá no início que o objetivo do novo logo é atrair um público de maior poder aquisitivo, então a gente não pode deixar de falar dos fatores estéticos que favorecem isso.

O primeiro é a ausência de cor: a marca abandonou o azul e adotou o P/B, que é reconhecido pela sua sofisticação. (Aliás, veja o nosso guia completo de teoria das cores.)

Em seguida, temos o minimalismo: as pessoas amam o que conseguem entender sem pensar (alô, Merdonaro!), por isso as marcas minimalista nunca saem das tendências de logo.

Por fim, temos o uso do brasão: escudos sempre serão símbolo de tradição e poder, ainda mais no mercado europeu, então a marca exala superioridade à força.

Com tudo que a gente analisou, ficou bem claro o porquê essa marca bombou na web sem ser pra levar esculacho, né?

Você pode não amar esse logo, mas ignorá-lo não é uma opção! 😉

Novo brasão da Peugeot na fachada de um prédio

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