Você sabia que há um escola de design gráfico que é a base da maior parte dos projetos da atualidade?
Trata-se da escola suíça: um estilo que super valoriza a simplicidade das composições ao focar esforços na aplicação primorosa da teoria das cores e das linhas e formas em geral.
Hoje muita gente chama essas princípios de minimalismo, mas não se engane pois o design suíço estava aqui bem before it was cool — e é nele onde você encontra as respostas para os princípios de design de hoje. Bora lá?! 😀
Tópicos do Artigo
1) Design focado no essencial
Como o também Estilo Internacional nasceu no pós-guerra, os cartazes da época traziam uma estética que focava em tipografia e cores para chamar a atenção das pessoas, e é esse princípio até hoje que vemos em designs como o da marca Brandless.
O objetivo aqui é focar na essência do que se quer anunciar e como as pessoas procurariam o produto:
- Maçãs são vermelhas;
- O cliente vai procurar pelo molho na gôndola de molhos;
- Vai ser mais fácil achá-lo se a embalagem for vermelha;
- Então toma uma embalagem toda vermelha com “apple” bem grande!
O design não é espetacular, mas é indiscutivelmente bonito pois harmoniza teoria das cores (vermelho vs verde) e aplica tipografia com perfeição, formando uma embalagem simples, porém nem um pouco simplista.
2) Fotografias Minimalistas
Esse foco no que é essencial também se reflete na fotografia suíça, que são tiradas com objetivos claros em mente e por isso mesmo têm um ponto focal igualmente claros.
Para mostrar a grandeza de uma parede, por exemplo, cria-se um cenário onde ela toma todo o alcance das lentes e colocam uma pessoínha andando no canto, criando um contraste impossível de não admirar.
No design suíço, o designer sempre sabe exatamente onde o público deve olhar!
3) O poder do preto e branco!
O pretinho básico nunca sai de moda e isso é especialmente verdade no design suíço, onde ele se junta ao branco como sinal de elegância.
Talvez o maior exemplo atual esteja no branding da Apple, mas você pode ver que isso funciona até em embalagens mais simples — como os azeites acima — dando um ar de sofisticação até mesmo às coisas mais banais.
Quando a combinação preto e branco não é o foco, ele pode ser acessório para transmitir seu conteúdo com simplicidade, como visto na embalagem de mel logo abaixo:
4) Cores vibrantes te farão notório!
A teoria das cores é um daqueles princípios que você sempre deveria ter aula para sentir o significado e psicologia das cores bem na alma.
O design suíço tem isso bem enraizado, aplicando combinações cromáticas que resultam em artes que você pode até não gostar, mas que com certeza não pode ignorar — como visto na papelaria da London’s Global Art Fair:
Se você quer aprender a fazer combinações marcantes e harmoniosas como essa, eu recomendo que você..:
- Utilize o site Coolors.com para combinações automaticamente;
- Leia o nosso estudo de teoria das cores que tá completíssimo!
5) Cores pastel são puro luxo
Embora design suíço seja conhecido pelo uso de cores vibrantes para impactar e marcar presença, o mesmo estilo também usa tons mudos para justamente o contrário, criando aquele ar meio distante e luxuoso da moda.
Eu não faço ideia se essas bolsas da Twice são caras, tampouco vejo algo de especial nelas que justificaria um preço alto, mas a harmonia das cores aqui é tão bem dosada que a sensação de estar vendo algo premium é inegável.
Veja como até as sacolas de loja (↓) tem essa ar de riqueza mesmo sendo um modelo padrão; isso se dá pela combinação de tons + logotipo minimalista em foco + tipografia discreta.
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6) Whitespace é bom!
O espaço em branco no design é exatamente como os momentos de silêncio de uma conversa: eles dão uma vontade desesperadora de preenchê-los!
Porém um breve silêncio às vezes fala mais que mil palavras e o mesmo se aplica ao whitespace, que pode criar composições maravilhosas como essa capa de livro criativa do “Loneliness”:
“Solidão” em inglês, o sentimento é transmitido através de um vasto quadro vazio que cria ainda mais espaço em branco através do kerning de suas letras espaçadas. Fechando com chave de ouro, o ponto do “i” foi afastado para ficar bem sozinho, fortalecendo o título da obra!
Todo esse espaço em branco ainda permitiu criar um segundo ponto focal que é a faixa vermelha explicando o tema do livro — assim você entende todo o conteúdo em segundos, sem precisar virar o livro e ler um bloco de texto na quarta capa.
7) Psicologia das Formas
A psicologia das formas é capaz de transmitir conceitos e emoções assim como a teoria das cores — e isso mesmo quando a forma não está claramente exposta, como visto nos logotipos acima.
Quem fez aula de desenho já passou pela aquela etapa de reduzir a arte às três formas básicas e desenhar por cima delas, assim você não apenas quebra uma ilustração complexa em blocos básicos de construção, mas passa a entender a função que cada uma delas exerce.
Um belo exemplo de quem aprendeu isso é o designer gráfico Jonathan Quintin, que utilizou semi-círculos para simular o Museu Guggenheim e criar uma hierarquia no design tão precisa que em um piscar de olhos você internaliza que esse cara manja pra cará…
8) O Grid é base!
Não é de se surpreender que um povo conhecido por fazer tudo certinho aplique matemática em seus designs, não é mesmo?
Grids são eficientes porque eles forçam harmonia visual na sua arte, te obrigando a encaixar tudo em espaços bem denileados em vez de jogar tudo como bem entender e acabar com aquela arte que, embora você não tenha certeza do que é, você sabe que alguma coisa errada tem!
Tenha sempre em mente que o segredo da beleza é a harmonia, seja nas cores ou na distribuição das formas, então aplique um bom grid em seus designs e tu com certeza produzirá artes ainda melhores do que as que já faz!
9) Tipografia profissional
Helvetica, Frutiger, e outras das melhores fontes do mundo vieram diretamente da Suíça, então não é nenhuma grande surpresa que a tipografia seja um pilar do estilo internacional, não é mesmo?!
Os suíços manipulam a typefaces assim como fazem com as formas básicas, dando origem a grandes composições onde você vê toda a personalidade das fontes sem sentir falta de uma foto ou arte para o design em questão.
Se você quer uma dica: dê uma folga de Freepik e Unsplash e vá treinar tipografia! Isso não só vai te poupar daquela eterna caça por boas fotos gratuitas como ainda te ajudará a desenvolver habilidades tipográficas que darão um belo up no seu portfólio.
10) Design com personalidade
O bom design é invisível? Nem sempre, como mostra esse cartão de visitas cheio de personalidade da Michaella Dirkes!
Principalmente quando você estiver projetando para você mesmo – como ao criar a sua marca pessoal — é importante que o seu design tenha bastante personalidade pois te ajudará a se destacar em relação ao seus concorrentes. A arte pode ser tudo, menos comum!
É claro que você nem sempre poderá colocar toda a sua personalidade nos seus jobs, mas uma coisa é certa: combine todas as dicas desse artigo e você irá criar artes tão únicas que será impossível não te notarem e te contratarem. (Mesmo que seja para te podar um pouco, né? =/)
Gute Arbeit!
O design suíço já está aí há 100 anos e você certamente notou que seus princípios influenciam o design mundial até hoje, então vale à pena dar uma treinada, né?
A dica final que eu te dou é experimentar esses princípios no seu dia-a-dia (mesmo que seja apenas um ou dois deles) para dar um up nessas habilidades que são essenciais para ser um designer gráfico de ponta.
Não, a gente não pode virar mestre em todas elas, mas todos nós podemos melhorar, então bora treinar e você logo terá uma nova especialidade em que se destacar! = )