Tipografia manucrista aumenta vendas de produtos de satisfação pessoal

Tipografia manucrista aumenta vendas de produtos de satisfação pessoal

Pesquisadores da Universidade de Innsbruck (Áustria) publicaram um novo estudo em que a antropomorfização do design aumenta a conversão de um produto mesmo que ela se limite a traços tipográficos.

Essa pesquisa intitulada “Humanizando Produtos com Fontes Manuscritas” demonstra que produtos hedônicos (para uso ou satisfação pessoal [como snacks ou decoração] ganham até 82.3% a mais de preferência pelo simples fato de usarem uma typeface que lembra a grafia humana.

O estudo é quase revolucionário para o design gráfico pois essa é a primeira vez que a efetividade da antropomorfização é comprovada em detalhes tão sutis quanto os traços de letras, diferente de casos clássicos como uma embalagem sorrindo ou mesmo um picolé dinossauro.

Tópicos do Artigo 

Detalhes e Lados Negativos

A embalagem de sabão à esquerda venceu com folga sobre a direita no estudo

Não, colocar fontes cursivas em tudo que é marca não só não valerá a pena como inclusive pode até te fazer perder vendas!

Aqui vão algumas informações importantes para você entender o que foi descoberto nesse estudo científico..:

  • Familiaridade: o quanto o produto é conhecido pelo público-alvo, seja em escala pessoal ou nacional.
  • Produto Hedônico: tudo que é comprado para satisfação pessoal (i.e., roupas são funcionais pois eliminam a nudez, porém sempre as compramos pensando em como nos sentiremos acima de tudo.)
  • Produto Funcional: tudo com objetivo primário de resolver um problema, como condicionador de ar, computadores, etc.
  • Fonte Manuscrita: qualquer fonte que remeta aos traços humanos, como é o caso das cursivas / caligráficas.
  • Fonte Mecânica: todas de geometria muito bem definidas, como todas as (sem) serifa que já vêm no computador.
  • Fluência Processual: quando há uma congruência entre dois conceitos, como uma pessoa alta ser apelidada “gigante” ou uma loja de flores ter um logotipo (ou logomarca?) florido.

Isso tudo dito, a segunda descoberta é que fontes manuscritas devem ser evitadas em produto funcionais pois a falta de Fluência Processual causa um estranhamento no público. (Tipo quando o governo de Las Vegas fez um logotipo badalado como marca de estado…)

E o terceiro achado é que esse aumento de vendas ocorre pois as fontes manuscritas tornam as coisas mais aproximáveis e familiares, o que significa que mesmo os produtos hedônicos não terão os 82.3% de vendas se já forem conhecidos uma vez que não haverá qualquer ganho de familiaridade. (Ou seja, ajudaria pouco ou nada.)

Fontes manuscritas usadas nos estudos de design de embalagem

Só devo usar  as fontes manuscritas em designs de embalagem desconhecidos?”

É aí que entra a questão da Fluência Processual, meu amigo! Aqui vai um quizz para te ajudar na hora de usá-las:

  1. A fonte é coerente com o Branding?
  2. O produto é hedônico?

Perfeito, não há motivo para não usar!

  • O produto já é popular? Então só use se for coerente com o Branding.
  • O produto é funcional? DE JEITO NENHUM! (A não ser que o Branding mande.)

O segredo é simples: bom senso acima de tudo, Branding acima de todos.


Exemplo Prático

O estudo final usou caixas de leite para testar a antropomorfização do design gráfico; as descobertas foram as seguintes:

  • A versão com um humano é mais eficiente que a vaca;
  • É diferente que o humano tenha ou não letras humanizadas;
  • A fonte manuscrita sozinha é quase tão eficiente quanto o humano.

Veja como tem uma pegadinha danada aqui: nós somos tão atraídos pela figura humana que, mesmo a vaca sendo a representação mais coerente, ainda assim é mais benéfico humanizar que bestializar!

Então eu diria que deves fazer o seguinte: faça um bom Branding primeiro, então humanize em segundo e deixe tudo Fluente por último.

Um excelente exemplo que me vem em mente é o velho design de embalagem do Elegê que tem a menininha com uma vaca e a fonte manuscrita. Não, eu não sei o quão significativo é ir adicionando isso ou aquilo, mas um velho ditado diz que “o diabo está nos detalhes,” então fique de olho nele.

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