Valendo um milhão de reais, me responda o seguinte:
“Quantos meses tem um ano?”
Doze? Parabéns, você é foda! A última para eu depositar na tua conta:
“Como se chama o último mês do ano?”
“Dezembro”? Tá louco, cara?! Como um ano de DOZE meses acaba em DEZembro?! Só falta você falar que o mês 9 se chama SETEmbro, o 10º OUTUbro e o 11º NOVEmbro, HAHAHA!
Mas ok, pelo menos você não é um desses que dizem que “o logotipo da Apple é f***” — como se todo mundo não soubesse que “logoTIPO” é um termo da TIPOgrafia desde 1820, sendo assim inadequado para descrever desenhos signos e símbolos…
Hã? Essas curiosidades linguísticas te surpreenderam? Então tenho 3 coisas a te falar:
Provemos em 3 idiomas em 2 minutos de vídeo. ↓
(Isso sem citar o francês “logo-marque” e o alemão “logo-markierung”.)
Se você assistiu Abstract (Netflix), então você conhece esse rosto.
Michael Bierut é uma lenda viva do design e um dos grandes nomes da Pentagram, ou “a melhor agência de design do mudo”, como é mundialmente conhecida.
O Prof. Herring me deu aulas de Design na University of Florida e inspirou a criação do Temporal Cerebral.
Ele fez seu Mestrado no Art Center College of Design, que é uma das principais uni. de artes do mundo.
Quase 100% dessa pesquisa e comprovação só foi possível graças ao acesso temporário que eu tive ao acervo etimológico de Oxford.
E não, eu não estudei em Oxford.
A Dra. Song fez seu PhD em Design na Oregon State University e hoje leciona na George Fox.
Alguns diriam que Dra. é burra já que usa “logomark” em artigos acadêmicos… Mas também, com essa cara de brasileira, né?!
A Ms. Stamper é lexicógrafa do Dicionário Merrian-Webster, onde escreveu o livro gigantesco da foto.
Ela é uma linguista tri-premiada e estrelou os maiores editoriais do mundo.
A Ms. Jen é sócia da Pentagram e um dos grandes nomes do design mundil.
Seus clientes incluem Harvard, Nike, Puma e vários outros jobs que você conhece sem sequer saber.
100% Branco, o Sr. Moreno é Doutor em Letras na UFGRS.
Um de seus grandes feitos é expor as inconsistências de quem reclama da palavra “logomarca”.
Criou a Brandster e a Sebastiany Branding, líderes do nicho no Brasil.
Se você não o conhece, você está errado. Shame on you.
O Sr. Vit saiu do México para os USA e criou o BrandNew, que é o grande broadcaster de projetos de logo no mundo.
Boa parte dos projetos da área são divulgados primeiro por ele.
A Ms. Castro estudou comigo na Flórida e viabilizou meu acesso ao acervo etimológico de Oxford.
Antes dela eu suponha quase todos os argumentos, mas com poucas provas.
O Sr. Boiko faz pós em Línguas na Ruhr-Universität Bochum.
Ele deu aquela dicaziiinha que faltava para ligar todos os pontos dessa tese.
Porque ela é maravilhosa demais para não estar aqui.
♥
Embora hoje o calendário seja apenas uma conveniência, ele já foi vital para os nossos antepassados que dependiam dele para saber quando era época de plantar, estocar, ou poupar para não morrer assim que a época escassez chegasse.
Por isso o calendário romano tinha 10 meses: ele começava no mês do deus Marte (Março) e seguia como o nosso até terminar no mês 10 (ou DEZembro). Bem lógico, né? Nem tanto, já que o ano não acabava em Dezembro nem recomeçava em Março…
Isso porque 10 (meses) X ±30 (dias) não fecham os 365 dias necessários para a Terra translacionar o Sol e, como os romanos sabiam que essa é a maneira ideal de contar os anos, eles decidiram que depois de Dezembro viria o… nada!
Nada?! O nada era um mês de 61 dias que não tinha nome justamente por ser desgraçado. O nada impedia as pessoas de irem as ruas, pausava as guerras, as colheitas e ainda matava as pessoas de fome e frio! O nada era o inverno que apavora Westeros até hoje.
Março marca o início do ano e da temporada de investidas militares porque Marte é o deus da guerra (daí o nome “Artes Marciais”).
Esse calendário estranho se manteve por séculos até que, em 700 a.c., o Rei Numa Pompilius cobriu esse furo de roteiro criando o mês 11—ianuarius, o mês do deus Jano—e o mês 12 chamado de Februarius—o mês da Februa (ou “Purgação” em Latim).
“Februarius” tinha esse nome porque em seu dia 15 rolava o Festival da Februa, no qual se celebrava a saúde, fertilidade, e o afastamento dos maus espíritos assim como a purificação da cidade e dos próprios romanos.
Sacou o naming já? “Februarius” era o último mês porque ele purgava todos os males do ano—o que inspirou o deus da purgação (Februus) e originou a palavra Febre, que é a “purgação” dos males do seu corpo! (*〇□〇)
Mas quando foi que Março deixou de ser o primeiro mês do ano? (Tradição que só o Brasil mantém. #huehue) Foi aproximadamente 300 anos depois, provavelmente para fazer jus ao nome “ianuarius” e ao senhor de todos os inícios; o deus Jano.
Jano rege as entradas, as mudanças e todos os começos, e o mais curioso é o seguinte: ele tem duas cabeças, uma olhando para trás e outra para frente—como se olhasse passado e futuro—exatamente como você faz em toda virada de ano! 😉
Ps: Jano também faz as transições entre “paz e guerra”, logo fazia ainda mais sentido ele nomear o mês em que as pessoas voltavam a viver (e o pau a comer).
Você percebeu que a gente precisou voltar 3 MIL ANOS para entendermos palavras que o mundo inteiro fala todo santo dia? Notou que está tudo errado e ninguém briga por isso?
A “Logomarca” também tem origens milenares e faz muuuito mais sentido do que chamar o mês 9 de “setembro”, então por que só ela dá briga..?
O problema da logomarca não é linguístico, mas sim um preconceito de classe brasileiro que nos foi incutido sem sequer sabermos! ↓
Você já teve dificuldade ao explicar para alguém o que é “design”? Se é difícil hoje, imagine 30 anos atrás quando as pessoas sequer sabiam que o curso existia!
O design gráfico foi por muito tempo um subdepartamento de outros cursos (como na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) e infelizmente essa realidade parece não ter mudado muito até hoje:
Não é por acaso que você ainda hoje tem que explicar o que é design gráfico. A sua tia ouve o nome e elogia dizendo que a profissão é chique, enquanto a minha acha que eu faço foguetes pra NASA já que eu cursei “Desenho Industrial”.
É justamente por sermos “profissionais secundários” comparados a outros criativos que toda essa patifaria começou.
Expliquemos em 2 passos:
Quem é o povo mais multicultural do universo? Os publicitários, é claro!
Foram eles que IMPORTARAM o termo para o Brasil (daí a lenda “isso é coisa de publicitário”), porém essa importação não agradou em nada os chamados “designers de verdade”.
Os “designers de verdade” eram um punhado de pessoas que cursaram esse troço novo chamado Desenho Industrial e, perdidos num mercado que não os valorizava até porque nem sabiam que eles existiam, se viram na missão de provar o valor do design no mercado brasileiro.
Eles foram importantíssimos para a área, porém cometeram um erro: se isolaram e alimentaram um Esquerda vs Direita contra outros criativos que acabaria nessa briga ridícula que você conhece hoje.
O próprio Guilherme Sebastiany foi aluno do Wollner e recentemente postou que o mesmo vivia pegando no pé dele. Por quê?! Porque ele era um arquiteto querendo ser designer — assim como o João Carlos Cauduro, grande rival do Wollner e pioneiro do design mesmo também sendo um arquiteto formado na USP.
Aliás, lembra da treta com o Nego Nato?
DEZENAS de designers chamaram o cara de “micreiro de merda” e tudo que você pode imaginar até que descobriram que ele era deficiente mental — aí de repente o “merda” virou “te admiro muito” e um monte de blá blá blá. Mas sabe qual é a real?
ADMIRA É O CARALHO! Quem participou desse show de horrores e mudou de ideia só está com peninha do “doente mental” e com remorso por ter humilhado um deficiente.
A real é que isso mostra bem como o “designer de verdade” vê seus concorrentes.
Você sabia que o Brasil era tão fechado que a gente tinha que contrabandear livros?
Fechado ao ponto de em 1990 você estar lendo um jornal e BOOM: “Jurassic Park chegou aos cinemas ontem!” (Sem trailers nem boatos; absolutamente NADA!)
Como os brasileiros poderiam saber que os gringos falam “wordmark”, “brandmark”, “trademark”, “logomark” e outros se sequer eram capazes de saber o lançamento de um blockbuster? (Isso partindo do pressuposto que quem inventou a briga não a fez na pura maldade, é claro.)
É nesse contexto de isolamento e rivalidade que surge a frase “logomarca é coisa de publicitário” — que nada mais é que a velha tática de humilhar os outros pelo vocabulário — como se saber uma palavra te fizesse melhor que alguém.
“Logomarca é coisa desses merdas que não sabem porra nenhuma de design.”
É exatamente isso ↑ que “coisa de publicitário” quer dizer. Perca 5 minutinhos pesquisando “logomarca” em grupos de design e você notará que, muuuitas vezes, quem a critica não só tem nojo da palavra como também de quem a fala.
Outras frases idiotas comuns são..:
E as provas? Nunca aparecem já que elas não existem.
“Qual é o propósito de dizer que uma palavra ‘não existe’ senão se mostrar superior aos outros? Nesse caso, você está apenas exibindo um demarcador único de absoluta merdeza.”
Por que os “designers de verdade” não discutem o nome “DESENHO Industrial”, que é uma tradução porca e problemática de Industrial DESIGN? Qual é sentido de humilhar os outros por logomarca sem sequer entender o título da própria profissão?
É impossível sabermos quem começou isso tudo, mas quem popularizou a briga foi a escritora do famoso livro O Efeito Multiplicador do Design de 1997:
A ‘Logomarca’ é uma criação tipicamente brasileira que, assim como em sua compulsão para inventar nomes próprios, definiria o brasileiro como pouco afeito às convenções.
Porém a capacidade de inventar por si só não encerra mérito nenhum, mesmo porque o diabo sempre se mostrou extremamente engenhoso.
‘Logos’ em grego quer dizer conhecimento, e também palavra. ‘Typos’ quer dizer padrão e também grafia. Agora, palavra-marca ou conhecimento-marca?
‘Logomarca’ quer dizer ABSOLUTAMENTE nada.
“ABSOLUTAMENTE” TUDO está errado no argumento acima. (Isso sem falar nessa síndrome de vira-lata vergonhosa, né?)
1] “LOGOS” é um conceito filosófico sem tradução que não significa “conhecimento” nem “palavra”, por isso tanto “logotype” quanto “logomark” estão em desuso fora do Brasil.
(Mais sobre essa confusão lá embaixo.)
2] Se “TYPOS” é “grafia”, então “tipografia” é o quê? “Grafia da grafia”? O fato é que “Typos” sempre esteve ligado à tipografia e imprensa, e não por acaso há um famoso jornal grego chamado Eleftheros Typos (Imprensa Livre).
(E para quem fala que é “figura”, a palavra certa é “εικόνα”.)
3] Que sentido faria “logotipo” caso significasse “conhecimento-padrão”? Tudo bem que já está claro que lógica não é requisito em etimologia, mas pisar em uma palavra enquanto justifica outra sim é risível.
E você notou que ela não fala o significado de “marca” em momento algum?
“‘Logomarca’ é errado porque ‘marca’ é ‘marca’, assim como chove porque água cai do céu e existe racismo porque negros não são brancos.”
Isso tudo deixa claro que o argumento não é explicação, mas lacração.
O Bruno Porto deu a entender que ela já se arrependeu dessa opinião. (Anticast 46)
Por que a senhora está se permitindo entrar para a história como a popularizadora de um argumento usado em discurso de ódio?
Procure pelos textos sobre logomarca lançados antes deste (05/09/18) e você verá que todos apontam para a senhora, então por que não tirar esse trecho lamentável de vosso livro e escrever que você era jovem, etc., etc.?
Eu não sei a senhora, mas eu não gostaria de ter humilhações me citando como legado.
“Eu ouço logotipo às vezes, mas é raro.”
Você já reparou que publicações estrangeiras usam apenas “logo” para falar de marcas? (Duas vezes só na imagem acima.)
Os gringos sempre souberam que “logoTYPE” só pode ser uma marca tipográfica, porém ela acabou na boca do povo e virou um termo genérico até para símbolos — motivando sua substituição por “wordmark”. (Como visto na imagem acima.)
Inclusive a “logomark” surgiu justamente para resolver esse problema de diferenciação, porém — como as pessoas insistem em achar que “logos” é “palavra” (quando o termo grego para tal é “lexis”) — a “logomark” também vacilou e está dando lugar à “brandmark”.
Aliás, notou um padrão aqui? O problema da “logomark” está no “logo”, não na “mark”.
WordMARK, BrandMARK, LetterMARK e etc. estão aí e ninguém tá incomodado com isso. Essa treta só existe entre os designers linguistas babacas brasileiros.
POST SCRIPTUM: “desuso” aqui não significa que ninguém mais fala a palavra, mas sim que ela está cada vez mais rara.
Eu estou bastante imerso na comunidade de design internacional e não me lembro da última vez que esbarrei com “logotype” ou “logomark” sem estar as procurando.
E pra garantir que eu não estava bostejando, eu procurei um Doutor em Linguística:
“Quem estuda linguística recusa o próprio conceito de Neologismo, porque ele parte da ideia absolutamente equivocada de que exista um ponto fixo no idioma a partir do qual se possa dizer o que é novo.”
A palavra “embora” é um neologismo de “em boa hora”, enquanto “você” é um neologismo de “vancê”, “vosmecê”, e então de “vossemecê” e, é claro, “vossa mercê”.
Vossa mercê sabia que originalmente escrevia-se “voSSê”? Vosmecê não parece revoltado com nada disso… tem “neologismo” que pode?
Aliás, eu dediquei boa parte da minha vida a aprender outras línguas e ouso a discordar do Dr. Moreno: TODAS as palavras do mundo são neologismos!
Não é acaso que “você” lembra o italiano “voi”; o latim “vos”; e então o francês “vous” que lembra “you” e o alemão “du” (ou “tu”).
Todas palavras do universo são remakes de outras, por isso neologismos só existiriam caso dicionários tivessem caído do céu no mundo todo para nos ensinar como falar… essa possibilidade te soa plausível?
A palavra “logomark” está nos dicionários WordSense, YourDictionary e no Globes.com, mas sabe o que isso significa..? NADA!
Eu pedi a lexicógrafa Kory Stamper para dar uma opinião sobre essa briga, e ela não só me respondeu como escreveu um artigo para falar do assunto. Em suas palavras:
“É um equívoco achar que os dicionários catalogam todas as palavras do mundo. Esse engano ocorre porque empresas desesperadas para se destacarem decidiram ‘catalogar todo o conhecimento da humanidade’, como se pudessem entregar ‘o idioma inteiro nas palmas das suas mãos’.
Porém muitas palavras não entrarão nos dicionários já que cada um tem seu critério de aceitação—sem contar que somos obrigados a rastrear o surgimento das palavras antes de catalogá-las—impossibilitando que muitas palavras estrelem os dicionário.” (Independente do quão boas sejam.)
Lembre-se que as palavras são como animais e passam por seleção natural, sobrevivendo apenas aquelas que se adaptam ao seu meio.
Várias palavras excelentes podem sumir (alô, Latim) enquanto bizarrices (como Ornitorrinco e DEZembro) podem prevalecer para sempre e ninguém pode controlar isso.
“Mas por que poucos dicionários americanos têm ‘logomark’?”
• Por que “imagotipo” não está nos dicionários brasileiros?
• Por que “rafe” e “brifar” não aparecem em todos?
• Por que não há a definição de “isologo” no Aurélio e outros?
Porque são palavras nichadas que só importam para meia-dúzia de pessoas.
Lembre-se que dicionários são somente repositórios de palavras e não dogmas linguísticos. Qualquer palavra que comunique seu objetivo existe e está correta.
1] Eu nunca vi um designer preocupado ao usar a palavra “competência”, que é de origem 100% jurídica (o primeiro significado do dicionário inclusive).
Lembra quando o Moro falou que o Favreto era “absolutamente incompetente” para soltar o Lula? Há um certo tom de “você é um merda” na frase, porém esse juridiquês significa apenas “você não está legalmente apto para interferir nesse processo”.
2] E a palavra “moderno”? Todo designer aprende que o Modernismo é um movimento artístico do século 19, logo você ofende Doutores em Arte ao querer “comprar um smartphone mais moderno”.
O correto seria “contemporâneo”, mas tudo bem: “moderno” pegou, a etimologia faz sentido e (diferente dos designers) nenhum artista te perturbará por isso.
3] Você sabe a diferença entre “roubo” e “furto”? É absurdo dizer que “fulano roubou no futebol” pois roubo é subtração de bem alheio mediante violência.
Você ofende o STF caso ninguém tenha puxado uma metralhadora em campo.
Por que os designers linguistas falam em fazer “UM mascote” ou “UM personagem”?
Vocês esqueceram que ambas as palavras são femininas?
E levando em conta que isso denota uma deficiência no próprio idioma (o que é pior do que falar um jargão supostamente errado), deveria eu sair humilhando designers por aí?
Ou isso seria ba-ba-qui-ce? 😉
O site Clube do Design estava certo: o significado de “marca” acima está errado e por isso a palavra “markas” não aparece em Oxford, Google NEM EM LUGAR NENHUM pois ela NUNCA existiu.
Aliás, veja essa lista de terminações em alemão de um texto de 9 MILHÕES de caracteres e note que apenas 2,54% das palavras terminam em “S”. Analisemos:
Ah, lembre-se também que os plurais não terminam em S nas línguas nórdicas, o que torna a existência de “markas” ainda mais improvável!
Quer saber a real? Alguém queria taaanto desqualificar a “logomarca” que acabou se inspirando nas terminações gregas já populares (como em “logoS” e “typoS”) e inventou a tal germânica “markas” pra justificar sua própria maluquice.
Imagine-se habitando um vilarejo europeu no ano 800 bem no meio do nada. Não há carros nem ônibus, até porque não há para onde ou porquê ir já que a sua expectativa de vida é de míseros 30 anos. (Por isso o declínio mental começa aos 27 até hoje.)
Não há equipamentos de proteção, remédios ou armas de fogo para se proteger, então ir muito longe é pedir para se fo***. O ideal é você ficar aí quietinho na tua, levando sua vida monótona e entediante como um voto do STF.
Mas nem tão monótona assim: há um problemaço avançando sobre o seu vilarejo dia após dia. Esse problema invoca feras—alguns diriam que até monstros—que matam seus amigos e familiares há centenas de anos.
Esse problema é um lugar misterioso chamado “Mörk”: uma área confusa como um labirinto, de onde cobras caem do céu e sons estridentes ecoam por quilômetros. Ela tem marcas de garras em todos os cantos; há vultos e ossos no chão (de gente ousadinha como você) e muita gente que entrou lá nunca saiu para contar a história…
É da mörk que saem ursos gigantes e é entre suas árvores que vivem Merlin, o Saci, Cuca e aranhas gigantes de Hogwarts…
A “mörk” é o que chamamos hoje de “floresta”.
Por isso a primeira evolução relevante de “mörk” é o Islandês Antigo “merki” e o Inglês Antigo “mearc, que significam “sinal”, “limite” e “fronteira”. (Florestas são fronteiras naturais e sinais que você chegou ao limite do mundo seguro.)
A primeira menção da palavra está no manuscrito Metres of Boethius, registrada no acervo de Oxford como originário dos anos 880 e 950:
Esse texto é do Rei Alfred, filho de Æthelwulf que é filho do Rei Ecbert de Vikings! Lembra que ele vivia quebrando o pau com uma tal Mércia no seriado?
A Mércia era um reino fronteiriço, cercado por Nortúmbria, Wessex e outros por todos os lado, por isso “Mércia” significa “o povo da fronteira”!
Sabe uma tal de “DinaMARCA”?
Outra evolução importante foi a palavra “march”* (“marca de fronteira”) que deu origem ao nome da Dinamarca.
O famoso rei Harald Bluetooth conquistou vários territórios e povos nórdicos no século 10, e em comemoração ergueu uma runa nórdica chamada Pedra de Jelling, que dizia..:
“Dinamarca” significa “as marcas dos daneses”, que é o nome real do povo nórdico uma vez que “viking” não é uma etnia, mas sim um estilo de vida (a pirataria).
Outra coisa interessante é que… pera, esse nome “Bluetooth” não é familiar pra cacete?
Sim, ele tem tudo a ver com o seu smartphone! Assim como o Rei Harald unificou a Dinamarca, essa tecnologia homônima visa aproximar e unificar todos os celulares do mundo — por isso o logotipo do bluetooth é as iniciais do Rei Bluetooth! 😉
Mas reis como o Harald não deixam suas marcas desprotegidas, não é mesmo? Assim surgiu um título chamado Marquis (França), Markgrave (Alemanha) e, é claro, Marquês: “o nobre responsável por cuidar das fronteiras”!
Disso tudo também vem o grito “em suas marcas!” e o verbo “marchar”, que pode ter significado tanto “pisotear a terra para fazer uma marca” ou mesmo “andar lado-a-lado para formar uma marca humana”. (Deixando óbvio porquê o inglês “march” significa tanto “marchar” quanto “marca de fronteira”.)
Hunf, texto longo, hein? Isso é para ficar claro porquê não se pode falar em “palavra marca” como se “marca” significasse… “marca”.
Que sentido faz isso?! Me choca que tantos tenham escrito (ah, sabia que “escrevido” “não existe”?) texto agressivos sobre isso sem estudar o mínimo de etimologia. ‑_-
É im-pos-sí-vel dizer com 100% de certeza que termo vem antes ou depois, por isso o texto abaixo é uma tentativa de estruturar tudo que li no acervo de Oxford.
Lembra que “mearc” significava “sinal”? Eu não martelei muito isso, mas você deve ter notado que isso é o que realmente importa aqui em nossa missão!
Se as “fronteiras” muitas vezes eram linhas imaginárias (como no Tratado de Tordesilhas) e não muralhas, o importante mesmo é o signo separando aqui dali.
Um exemplo se vê na Bíblia de Coverdale de 1535:
O que eram essas marcas citadas acima? Talvez pedras, estacas ou até mesmo árvores; qualquer coisa que deixe claro que a terra daqui é de X e a dali é de Y basta.
Para entendermos o que são essas marcas, observe os signos das 12 tribos de Israel:
Agora leia Êxodo 24:4 do Old English Hexateuch (século 12), onde diz: “Moyses getimbrode an weofod æt þam munte nyðeweardon & twelf mearca on twelf Israhela mægðum.” (“Moisés montou um altar ao pé do monte com doze marcas para as doze tribos de Israel.”)
Note que “mearca” aqui não é mais fronteira, mas sim um objeto que remete a algo. A tal mearca era algo como essa grenzMARK vista aqui:
Chamam isso ↑ de “marca” porque ela marca um lugar ou algo, e para atestar essa marcação ela é marcada com um signo — ou seja, uma “marca”— como essa cruz cristã.
E para entendermos isso ainda melhor, leia esse trecho do The French Academie de 1586:
Essa história de Pierre de La Primaudaye conta que a personagem queria sua marca (signo que representa a si e sua família) em seu túmulo após sua morte.
Para ficar mais claro, leia a definição no dicionário The New World of Worlds de 1696, onde..:
“Uma marca é um sinal ou um token — um signo que representa alguém ou algo.”
O antigo acervo de Oxford completa com:
“Um símbolo de uma autoridade pública, que garante autenticidade e previne falsificações”.
Como você pode ver, “significado” nunca teve qualquer relação com a palavra “marca” — e as “Brisuras” (MARKS of Cadency) da Heráldica deixam isso bem claro:
Toda essa discussão e série de humilhações patéticas jamais teria ocorrido se alguém tivesse se dado o trabalho de ler o pior dos dicionários de inglês:
HÁ MIL ANOS QUE “MARCA” SIGNIFICA “SÍMBOLO”!
M‑I-L-A-N-O‑S!!!
Essa história de “significado do significado” é ridícula, fruto de um total desconhecimento de etimologia e muita vontade de aparecer.
A própria Escorel diz que um logo é um símbolo, enquanto o Carl Jung diz que é um signo — e a relação com “logomark” é bem óbvia em ambos os casos.
Aqui vai mais um exemplo que deixa bem claro que “marca” sempre significou “símbolo”:
Esse texto tem mais de mil anos — mais velho que o Brasil — e ainda hoje os tupis brigam por causa de “marca”… Patético, não?
‘Mark of Goods: uma Marca distinta, pela qual um Mercador ou Negociador identifica seus bens.’
— The New World of Words
, 1696
Aliás, lembra da antiga moeda MARCo alemão (que também existia em outros países)? Ela é um bom exemplo da origem da palavra “logomarca”:
Como saber se uma moeda dourada é realmente feita de ouro — reconhecida pelo seu rei — e não um pedaço de chumbo folheado escroto? É só ter o signo do reino, oras!
Esse é o porquê da Alemanha e outros países não mudarem o nome “marco” mesmo quando a moeda já era feita de cobre: não importava do que ela era feita, mas sim se ela tinha a Staatsmark estampada nela.
Por isso “mark” em sueco significa “moeda estampada” e na língua estónia “símbolo ou brand” (sim, “brand” de branding)!
EEEEE FALANDO EM BRANDING…
O Branding está ligado à “logomarca” há 600 anos, graças a palavra nórdica “brandr”.
Vamos supor que eu e você temos muitas terras cheias de gado: às vezes a bicharada não respeita a nossa marca (opa, fronteira) e passa de um lado para o outro. Como a gente descobre de quem é aquela vaca leiteira “topzeira”?
Isso se resolvia da seguinte maneira: o fazendeiro desenhava um símbolo e encomendava um ferrete (um ferro com uma arte), e então esse ferrete ia pra brasa até que estivesse fervendo para ser prensado e marcado na pele do gado! ↓ 🙁
Por isso desde o século 15 surgiu uma palavra hoje adotada pelos designers, chamada “Brandmark”: ou a “marca feita à fogo”.
Aqui vai mais um exemplo bíblico:
“O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.”
— Gênesis 4:15
Embora o texto não queira dizer que Deus tenha “ferrado” o Caim (eu suponho), essa tal marcação feita nele é claramente uma referência à Brandmark já que era comum marcar criminosos à fogo na antiguidade. (Ainda hoje se faz isso com escravos no Oriente Médio.)
“Brand” hoje significa “queimada” em alemão e “queimado” em inglês e, embora ela seja pouca usada sozinha em ambos os idiomas, ela gerou expressões como uma de uma certa música que você conhece..:
“Brand new” significa que algo é tão novo como algo que acabou de sair do fogo — tipo uma espada que acabou de ser forjada, por exemplo!
A palavra se firmou ainda mais no design no século 19, quando o capitalismo começou com tudo e infinitos produtos começaram a se espalhar por todo o mercado europeu.
O problema é que muitos desses produtos vinham em caixas genéricas pois ainda não havia design gráfico e bons sistemas de impressão na época… A solução? ↓
Toda essa ligação entre “brand” e “mark” mais tarde evoluíria para “logomark” e também a “wordmark”, que nasceu justamente para matar a palavra “logotype”.
Esse texto já tá grande demais, então a partir de agora vamos acelerar, ok? 🙂
“Logos” nunca significou “palavra” em grego pois para isso existe o termo λέξις (LEXIS). Tudo se trata de um erro de tradução grotesco que foi popularizado pela Bíblia.
Você já ouviu falar que “Jesus é o verbo/palavra”, certo? Essa frase sem pé nem cabeça surge quando o filósofo Filó de Alexandria passou a se referir a Jesus como “o Logos”. PORÉM λόγος (logos) para ele era um demiúrgo platônico, uma espécie de semi-deus que liga os céus e a terra — o que esclarece frases do tipo “ninguém vem ao Pai senão por mim…”
‘O Logos é o primeiro nascido de Deus. O Logos de Deus é a conexão que une o mundo.’
— Filó da Alexandria
Mas quando essa palavra intraduzível passa ser (entre aspas) “palavra”? (Só fora da Grécia, que até hoje usa “lexis” para tal.)
É que é bem comum que um tradutor, confrontado com o intraduzível, acabe pegando alguma palavra próxima para completar o job.
No caso, ele deve ter se lembrado da palavra “Legō” (mãe de “Logos” e “Lexis”) e concluiu que a tradução mais correta seria “palavra”.
Porém basta abrir o Google tradutor e você notará que ele pronuncia “lexi” claramente quando você o pede para falar “palavra” em grego.
Mas tudo bem você não saber isso: eu não vou te chamar de ignorante, retardado e dizer que a palavra “logos” não existe… 😉
Já descobrimos que “logos” obviamente não significa “palavra”, mas e “tipo”?
Como dito anteriormente, a palavra sempre esteve ligada a tipografia e imprensa, sendo “logotype” fruto direto de Typtein (“golpear, atacar e indentar”) — daí os “tipos móveis” da Prensa de Gutenberg, que imprimem golpeando e endetando o papel.
“Typos” sendo “Figura” é tão forçado que nem os próprios gregos usam a palavra assim (para isso existe εικόνα), não sendo por acaso que o principal jornal grego se chame Eleftheros Typos (“Imprensa Livre”, não “Figura Livre”).
Mas quando “logotipo” surge dessa estranha união logos+type?! É que você convive com 2 problemas quando trabalha com a Prensa:
Por isso a etimologia de logotipo é óbvia: os franceses resolveram esse problema criando tipos móveis que eram palavras inteiras — aos quais deram o nome de “logotype”.
É exatamente por isso que os gringos as vezes brigam por causa da palavra “logotipo” (como relata a FastCo) pois “logotipo significa palavra impressa”, sendo totalmente inadequada para a maçã da Apple ou tick da Nike de “LOGOtipo”!
Mas quem se importa com isso? Já ficou claro que “logo” é etimologicamente inadequada para qualquer palavra relacionada a desenhos, logo ambas “logotipo” e “logomarca” são ruins e é uma total idiotice brigar por qualquer um delas!
A função das palavras é comunicar, não fazer sentido — se ela cumprir sua função, ela existe e está certa — e ponto final.
Agora que descobrimos que “mark” significa “signo / símbolo” há mil anos, o conceito de logomarca é simples: uma logomarca é o símbolo de uma empresa!
Infelizmente os termos de design tendem a serem líquidos em vez de mandamentos em pedra.
A palavra ‘logomark’ é um termo importante por descrever um tipo específico de logo que é diferente de ‘logotype’, porém eu costumo usar o termo ‘logogram’ em vez de logomarks quando quero tratar de um logo / ícone.
O uso não é apropriado já que ‘logogram’ é um termo da Linguística, e é por isso que o ‘logomark’ nasceu.
O problema é que é bastante possível que ‘logomark’ seja confundida com uma ‘combination mark’ por alguns, logo eu falo ‘logogram’ ou ‘symbolic logo’ para garantir que toda a turma entenderá o que eu quero dizer.”
Pois é, “logotype” morreu porque “logo” não significa “palavra”, porém “logomark” faleceu pois as pessoas confundem a união de “logo” com “mark”!
“Ah, mas se tem ‘logo’, como se refere apenas a símbolos?”
É uma questão de conveniência já que antigamente só falavam “logotype” (escritos) e “mark” (símbolos). Mas “mark” era uma palavra muito genericamente, então alguém foi lá e criou o termo técnico “logomark”!
É óbvio que a resposta a velha pergunta “Qual é a diferença entre logotipo e logomarca?” é:
O Logotipo se for um logo tipográfico;
A Logomarca se for um logo em forma de símbolo.
O ideal seria nos atualizarmos e falarmos Wordmark e Brandmark, mas tanto faz; use o mais conveniente para a realidade do seu mercado!
Quem usa “logotype” não tem o direito de falar de “logomark” já que ambas são ruins etimologicamente.
Quem fala um tem que aceitar o outro. 😉
As marcas têm dois componentes, um verbal e um visual, e a ‘logomark’ é justamente o componente visual do logo.
A Sra. Escorel viralizou essa guerra justificando que “não existe logomark em publicações fora do Brasil”, porém o fato é que as fotos ao longo desse post mostram o contrário e o doutorado da Sra. Southworth é prova disso.
Logomark é um termo importante que foi cunhado para diferenciar o que é um símbolo de um letreiro, porém não o uso para evitar que confundam com uma combination mark.
Fiquei abismado de ver tantos designers discutindo um assunto em que não têm a menor competência.
Ninguém pode ser tão cego para negar a existência de ‘logomarca’ e, assim como publicitários, designers podem ter no máximo opiniões nesse assunto.
Logomark é um termo importante que foi cunhado para diferenciar o que é um símbolo de um letreiro, porém não o uso para evitar que confundam com uma combination mark.
A Sra. Jen achou essa discussão tão surreal que no primeiro contato ela me perguntou “o que eles (brasileiros) não entendem (sobre logomark)?”
A diferença entre os termos só importa se você quiser ser preciso no que está querendo dizer.
Eu não sou fiel a nenhum tipo de termo e simplesmente uso os quais as pessoas entendem claramente.
Não falo ‘Logomark’ porque não é dos termos mais populares nos EUA, mas isso não significa que esteja errado, que eu tenha algo contra ou que criticaria alguém que usa.
Nós (Pentagram) simplesmente falamos o que as pessoas (leigas) entendem.
Enquanto os designers BR só faltam cuspir na cara dos leigos que falam “logomarca”, o Bierut fala evita qualquer termo técnico só para garantir que eles vão entender.
Acho que isso explica um pouco porque as maiores agências estão lá e os chorões da profissão aqui, né? 😉
Uma ‘logomark’ é uma marca gráfica. Ele pode incluir texto (como a NeXT), mas também pode ser a sereia do Starbucks ou a maçã da Apple.
Eu não sei porquê alguém falaria essas coisas [referindo-se a Sra. Escorel], e não acho que ‘logomark’ tenha origem brasileira.
Uma ‘logomark’ é uma ‘marca’ [signo, símbolo] de uma empresa ou serviço.
Ele optou por não opinar o significado da palavra já que fontes internacionais se confundem, porém (apesar de não usar) ele reconhece sua existência plenamente.
Se quiser saber mais, leia “Logotipo versus Logomarca: A Batalha do Século”, escrito por ele e Bruno Porto.
Ele optou por não opinar o significado da palavra já que fontes internacionais se confundem, porém (apesar de não usar) ele reconhece sua existência plenamente. (Se quiser saber mais, leia “Logotipo versus Logomarca: A Batalha do Século”, escrito por ele e Bruno Porto.)
Eu não chegaria ao ponto de humilhar alguém, mas eu diria que ‘logomarca’ é errado.
Um logo é um logo e ponto; seja um ícone ou um letreiro.
Em inglês usamos ‘mark’ para nos referir a imagens e daí vem ‘brandmark’, que também me causa calafrios. Quanto a ‘logotype’, eu também raramente a ouço.
Falamos ‘logo’ e basta; porém não há quaisquer termos controversos por aqui!
O curioso é que ele parece desqualificar tudo que tem “mark” mesmo sabendo seu significado real e que suas variações são usadas por gigantes como a Pentagram.
Porém ele reconhece que o ódio de “logomarca” é exclusivo daqui e demonstra que essa é uma implicância particular dele. (Até porque há “wordmark” no blog dele, então não sei qual é da treta.)
Pesquise um pouco e você descobrirá a diferença entre logomark e logotype, então considere que a palavra serve um propósito que nem ‘logo’ ou ‘trademark’ são capazes de servir.
A opinião dela também já ficou clara ao longo do artigo, mas vale ler o texto que ela dedicou a mim.
“Logomark” é uma palavra usada mundialmente até por acadêmicos do design, tendo variações como o francês “logo-marque”, o alemão “logo-markierung” e o espanhol “logomarca”.
Dizer que “logomarca é um neologismo” é um delírio pois neologismos não existem (ou se existem, todas as palavras o são). “Quem estuda Linguística não considera a existência de neologismos,” afirma o Doutor Cláudio Moreno.
“Logomark” inclusive pode ser achada em dicionários estrangeiros, como o YourDictionary, WordSense e o Globes.com.
A história de que “logomarca” é “significado do significado” é um hoax preconceituoso já que nem “logo” nem “marca” significam “significado:
A palavra “logotype” está em desuso fora do Brasil. O termo deixa bem claro que ela tem origem na Prensa de Gutenberg e por isso só pode se referir a letreiros, e não a símbolos como fazem os brasileiros.
Ou você para de falar “logotipo” ou você não tem moral para falar de “logomarca” já que ambas são péssimas palavras — é simples assim.
Possibilidades? Substituir “logotipo” pela já popular “wordmark” (literalmente “palavra-marca”, para o desgosto dos brasileiros) e “logomark” por “brandmark”.
“Logomarca” surgiu para substituir “logogram” e para diferenciar os logos símbolos dos escritos (que são “logotipos”).
“Ah, mas se ‘logos’ é ‘palavra’ blá blá blá”… Já ficou claro que “logos” não significa isso, então se você fala “logotipo”, você tem o menor direito de reclamar de quem fala “logomarca”.²
Como ficou claro na opinião dos linguistas: ninguém tem direito a dizer o que é certo ou errado, nem dizer o que é uma palavra ou não.
Tentar aparecer questionando palavras “é um demarcador único de absoluta merdeza”, como a lexicógrafa Kory Stamper deixou claro.
Palavras não tem donos, mas se um dia palavras tiverem dono, com certeza não será uma classe de profissionais que as usa para humilhar companheiros de classe. 😉
O Temporal Cerebral é um blog de design gráfico, branding e criatividade em geral que aborda os melhores projetos e estudos do mundo para te tornar um profissional cada dia melhor.