Pentagram desagrada usuários do Slack com novo ícone branco

Pentagram desagrada usuários do Slack com novo ícone branco

Marcas estabelecidas não aceitam redesenhos profundos — muitos menos se houver mudança de cores da marca que prejudicam a usabilidade!

O que é o Slack?

O Slack é um sistema de chat em nuvem para equipes / times, ou seja: cria-se um domínio tipo meutime.slack.com e lá você convida pessoas com as quais você pode conversar / trocar arquivos diretamente ou mesmo em público. (Aqui na empresa temos os canais #finance e #marketing, por exemplo.)


O Novo Logo do Slack

Designs antigos em cima e redesign embaixo

O logo do Slack era uma hashtag colorida sobre um fundo roxo até que os desenvolvedores contrataram a Pentagram e o grande Michael Bierut para refazê-lo. O problema é que já dizia Mark Peterson em Cognitive and emotional processing of brand logo changes que redesigns são a receita pra desgraça: as pessoas odeiam mudanças e muitas até as boicotam. (Ou simplesmente as odeia por um bom tempo, né, Instagram?)

Falaram que o novo logo parecia uma suástica; que era genérica; que não significa nada et cetera… Mas sabe o que é pior do que isso tudo? É mudar sua cor e isso ainda afetar o reconhecimento do mesmo!


O Novo Ícone

LEIA: Como fazer um redesign de marca sem ter dores de cabeça

Como você viu na imagem do redesign, o Slack tinha três ícones e a Pentagram decidiu unificá-los num só e explicou o porquê num tweet: abandonar o fundo roxo por um branco facilitaria o reconhecimento do ícone na sua home.

O problema é que a palavra “REconhecimento” é auto-explicativa: você REconhece o que você já conhece, logo mudar o que é conhecido não facilita o reconhecimento, mas sim atrapalha e irrita muito!

Mudar o roxo tradicional para um branco tornou a marca irreconhecível para milhares de usuários como eu, que agora não sabem mas onde o maldito ícone do Slack está. Eu procuro e procuro e nada; aí sou obrigado a digitar (o que é chato e trabalhoso) para acessar o app — é uma desgraça completa.

O motivo fica bem claro nas imagens abaixo:

O colorido do Slack se confunde com o de vários outros
O Slack é parecido demais com o Google e Photos

Conclusão

Eu costumo dizer que logos são como pessoas e por isso basta fazer o seguinte exercício: imagine-se chegando em casa e encontrando seu pai / mãe / namorado(a) com um cabelo radicalmente diferente, tipo de cabelo longo pra careca e ainda com uma tatuagem tribal na cara…

Não vai ser um choque do cacete?!

É claro que você vai se acostumar um dia já que você ama essa pessoa X, mas você com certeza ficará perturbado — e com certeza seria muito pior caso a cor da pessoa mudasse, como na imagem abaixo:

O que assusta nesse Jim Carrey não é ser negro, mas sim não ser mais branco.

Vários estudos indicam que as cores são responsáveis por mais de 80% das escolhas de compra e nesse caso eu ainda aproveito para adicionar uma frase minha: as marcas não têm o benefício do amor! (É, maaais ou meeenos…)

É óbvio que o Slack vai superar isso já que ele é usado por milhares de empresas e elas não vão se reestruturar por causa de um ícone, mas imagine se estivéssemos falando de algo menos popular como um app de casual game ou edição de fotos?

Eles são fungíveis demais; há dezenas de outras opções para download sem te causar qualquer prejuízo. O app perderia centenas de usuários num suspiro!

Por isso não mude um logo demais a não ser que ele seja ruim demais.

A marca não é mais sua quando toma o mundo e mudá-la é atentar contra as pessoas que criaram vínculos com ela. Se você não respeitar o que as pessoas sentem pela marca, as pessoas não respeitarão sua marca. ?

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