Um grande logotipo deve ser simples e ter regras bem definidas para marcar e cativar o público-alvo, não é mesmo..?
Segundo grande a Pentagram, NÃO! O projeto de hoje é ainda mais ousado que o famigerado redesign de logo da Oi (que gerou ódio nacional até que nós explicamos o sistema de logos), tendo uma aplicação tão difícil que despertaria o deboche de muitos professores de design gráfico.
Porém talvez eles estejam errados já que esse sistema de logotipos teve 86% da aprovação por parte do público (o que inclui designers, os profissionais mais odiosos do mundo), fazendo sucesso nas belas ruas de Londres!
Battersea Dogs & Cats
[bs-quote quote=“A abstração comunica subliminarmente a história da Battersea sem vitimizar ou estigmatizar os animais.” style=“style-17” align=“center” color=”#5f4b8b”][/bs-quote]A ONG Battersea tem mais de 160 anos, conta com a família real inglesa como patrono e tem como objetivo resgatar animais em situação de rua.
São mais de 8 mil animais resgatados anualmente, os quais eles trabalham para fazer o match perfeito entre pet e família e, caso não seja possível, cuidando dos bichinhos até o fim de suas vidas.
Logotipos Mutantes
[bs-quote quote=“Usamos aquarelas feitas à mão para demonstrar a humanidade e compaixão que guia e inspira o serviço social inestimável da Battersea.” style=“style-17” align=“center” color=”#5f4b8b”][/bs-quote]Esse tipo de desenho também é chamado de “logotipo cinético” e “logotipo dinâmico” — uma das grandes tendências de logotipo para 2020 — e tem como conceito gerar uma série de marcas que compartilham uma origem comum, porém se adaptando a cada usuário, contexto et cetera.
A ideia é especialmente adequada para a Battersea já que todos os animais são fundamentalmente diferentes e, ao resumi-los em aquarelas abstratas, fica para o público a responsabilidade de construir os animais em suas cabeças.
Porém o mais importante que isso é não traçar padrões: aqui não há cães de raça nem da cor x ou y, mas apenas a essência de cada animal — lembrando que a adoção deve ser pautada no amor, não na aparência do bichinho.
Seja lá qual for a sua interpretação, o fato é que as ilustrações do Hiromi Suzuki trazem um senso de humanidade enorme para a nova cara da Battersea, que se assenta tranquilamente (e com muito charme) sobre a fonte Franklin Gothic.
Fonte essa escolhida justamente por ter uma “rigidez e aspereza” que as aquarelas são incapazes de transmitir, assim ela equilibra a “infantilidade” dos desenhos com uma fonte firme que reflete a seriedade da Battersea.
Logo Alternativo e Nova Tipografia
A agência também criou um logotipo alternativo para a Muddy Dog Challenge: um evento da Battersea onde duplas de humanos e cachorros competem juntos em vários desafios radicais, daí o nome “muddy dog” (“cachorro enlamaçado”).
Aqui o logotipo é único, mas dessa vez a mancha lembra lama atirada sobre um substrato, simulando toda a ação dessa competição organizada para arrecadar fundos para os animais.
A Pentagram também criou uma typeface bastante orgânica e humanizada, onde a imperfeição dos traços reforçam não apenas a aventura do Muddy Dog, mas também toda a paixão e trabalho humano por trás do evento e outros trabalhos da Battersea!
CALMA!!!
Assim como na época do redesign da Oi, eu já consigo ouvir revoltados gritando que isso não é um logotipo e que não vai funcionar e blá blá blá, mas bora fazer um exercício de humilde: foi só a maior agência de design do mundo que fez essa marca.
Lembre-se sempre que designer têm que ter mente aberta, e que a inovação está no core da nossa profissão, por isso o importante é focar em grandes conceitos que empatizam com o público-alvo antes de partirmos para as convenções e mesmo preconceitos.
Isso posto, o que achou do design? Tá aprovado? Fala aí nos comentários!