NÃO fazemos qualquer apologia, mas esse é um case de branding inédito que precisa ser visto!
Legalização
Mais e mais estados americanos, assim como países, estão legalizando o uso da marijuana – não só para fins medicinais, como você pode ver na imagem de doces feitos de maconha logo acima. Sim, nos Estados Unidos, a folha de maconha já é quase a nova camomila!
Mas ainda há os velhos problemas: a maconha ainda carrega fortes estigmas criminais, e é por isso que são necessários usuários de longa data designers e publicitários que façam o rebranding dessa “nova” indústria multi-milionária, dando uma cara nova distante da criminalidade.
Repensando a imagem
A Canary é uma companhia que jura que vende maconha para fins medicinais; o seu diferencial é um App, no qual o cliente faz um pedido e a empresa o entrega onde for necessário.
Note que o design da Canary não tem toda aquela irreverência, e até tosquice, que é muito associada a droga: o app traz background verde chapado (pegou a piada?), mantém um aspecto bem clean e não usa a imagem da folha, mas sim dos próprios produtos em vez da folha.
Vendo a imagem acima, se você não soubesse o que é cannabis, o que você pensaria que este app vende? Certamente, nenhuma imagem negativa!
Troca de nomes
Assim como no Brasil, a droga tem várias gírias em sua referência: fumo, grama, baseado, erva do sete-pele! Logo, outro desafio dos profissionais é desassociar esses nomes negativos que rebaixam a cannabis!
A imagem em cima são de outras duas companhias deste mercado, e pode-se ver claramente que esses nomes não aparecem na propaganda! Estes nomes sendo substituídos por cannabis e THC; com o uso do nome científico, tudo fica com um aspecto mais sério e profissional!
A primeira imagem, da Leafly, chegou a sair no New York Times e causou polêmica na época!
Novo contexto
Como você bem sabe, a maior associação com a maconha é pura e simplesmente ficar drogado e ouvir reggae!
Mas este é um engano já que muitos usos nada têm a ver com “ter uma onda”; entre eles há comésticos e até suplementos para animais de estimação!
O problema é que esse estigma de droga coloca a maconha lado-a-lado com a cocaína e heroína, o que obviamente complica o crescimento deste mercado – além de sujar a imagem do consumidor final.
Para resolver isso, alguns aspectos estão sendo trabalhados:
- Legalidade: empresas como a Cannabrand estão tentando conquistar o apoio popular através de um blog chamado CannaBuzz, no qual eles compartilham a vida das pessoas que trabalham na indústria, mostrando que este é um negócio como qualquer outro.
- Serviço e Tipo: como dito, o THC pode ser usado de infinitas formas diferentes, como o CAFÉ de maconha da imagem acima (o Legal). Como os produtos são muito diferentes, diversos approaches são desenvolvidos, o que faz com que alguns produtos nem pareçam conter a substância.
- Público: como são muitos tipos de uso, você já deve ter concluído que o produto será consumido por pessoas que não são “drogadas”! Isso exige que o design seja bem preparado para cada público: um design pode ser mais “descarado”, mas outro tem que ser todo cuidadoso para o comprador não se sentir um criminoso!
O que vem depois?
No estado do Colorado, a maconha vem sendo muito usada como uma alternativa medicinal, o que iniciou a campanha Good To Know campaign.
Esta campanha educa as pessoas quanto a cannabis, focando não só aquele usuário tradicional, mas sim toda a sociedade! O site da campanha é um grande exemplo de branding que você não pode deixar de conferir.
Algumas das informações no site incluem: não usar antes dos 21 anos (como o álcool), não usar em público, manter longe de crianças e etc…
Segundo a Good To Know: “já há um público-alvo massivo e estima-se que 50% da população admite o uso da substância.”
Em outras palavras: a maconha já é popular faz tempo, e a única coisa que dificulta que este mercado atinja os 8 BILHÕES de dólares estimados até 2018 é a visão negativa do produto!