5 motivos que me fizeram sair do design gráfico para UX

5 motivos que me fizeram sair do design gráfico para UX


Muitos notaram que o site anda meio parado, mas existe um bom motivo para isso: eu encontrei a dignidade! 😂

É óbvio que eu estou brincando e que ainda amo o design gráfico — afinal, mantenho esse site há 7 anos — porém não se pode negar os desrespeitos que DGs passam todos os dias.

Salários medíocres, propostas de trabalho escravo, desprezo descarado das nossas habilidades… Chega uma hora que você fica de saco cheio disso! Se você também cansou, a história abaixo pode ser útil para você ; )


Média Salarial Superior [1]

É difícil cravar um valor exato, mas a média salarial de design gráfico vai de R$1,700 a 2,200 reais; ambos uma verdadeira humilhação depois de investir dezenas de milhares de reais em qualquer Uniesquina.

Já o salário INICIAL de um UX Designer está na casa dos R$3,000, com uma média de R$6,000 assim que você tiver em nível pleno / mid-senior — o que é quase o triplo da média de DG.

Hoje eu literalmente ganho 10 vezes mais* do que quando era d.gráfico, mas bem antes disso eu vi meu salário duplicar do dia pra noite assim que virei Product Designer**. Eu finalmente descobri o que é ser recompensado pelo meu trabalho!

* Esse salário é um ponto fora da curva. Não migre para UX contando em fazer fortuna pois raramente é o caso. Eu só estou mostrando que ganhar cinco dígitos não é inimaginável nessa área.

** Product Design é um cargo de UX. As definições variam muito, mas você pode entender o PD como alguém que faz UX, UI, além de gestão de produto / negócio.


Muito mais oportunidades [2]

O LinkedIn é um Tinder invertido onde lindas mulheres buscam programadores e são rejeitadas todos os dias.”

As “lindas mulheres” são recrutadoras, e os “programadores” são profissionais de tecnologia em geral. O fato é que toda semana tem recrutador me procurando no LinkedIn,* enquanto todo designer gráfico que eu conheço diz que o site não serve para nada.

E eu entendo o que querem dizer: as vagas de DG são tão disputadas que só vão te caçar no IN se você for f‑o-d‑a. Além disso, eu não lembro de ver muitas vagas de design gráfico por lá, mas talvez isso seja apenas a minha mente filtrando o tanto de vaga ruim que eu já vi…

Outro ponto é que ser designer gráfico em uma grande empresa é quase um privilégio, enquanto entrar em multinacionais sendo UX Designer é um passeio no parque, o que te traz inúmeros benefícios.

* A má notícia é que migrar para User Experience Design é uma desgraça. Eu precisei de dois anos para migrar, e tive muita sorte e privilégios no processo. Já a boa notícia é que vai ser difícil te faltar emprego depois de migrar.


Respeito das minhas habilidades [3]

Querido cliente, vai “aumentar o logo” na puta que te pariu.

O UX Design é fortemente embasado em pesquisas e dados, de forma que é incomum que algum mestre em porra nenhuma questione os seus designs. (Inclusive já teve época que trabalhei sem qualquer interferência!)

Mas sim, é claro que há alterações em nosso trabalho. A diferença é que as discordâncias geralmente são bem fundamentadas, de forma que eu nunca me senti desrespeitado ou estressado por algo que eu tive que alterar.*

É claro² também que já houve casos em que eu discordei da alteração, mas vale dizer que tudo em UX é testado antes e depois de lançado. Isso significa que 1) você logo descobrirá que estava brutalmente enganado, ou 2) vai provar que estava certo pros coleguinhas. Ambas situações são maravilhosas!

* Aqui é importante esclarecer que há sim empresas onde rolam muitas alterações, principalmente quando tem um grande gestor interessado no produto. O meu grande ponto é que nem nesses lugares se vê a angústia e revolta frequente dos designers gráficos.


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Expedientes com dignidade [4]

Nada dessas palhaçadas de alterações de última hora, “é dia de campanha”, e muito menos jobs relâmpagos que te levam a fazer 100 horas extras por dia.*

Product Designers costumam ter tempo para trabalhar em paz pois todos os envolvidos sabem a dificuldade que é fazer um bom produto. Ninguém tem a ousadia de sugerir que se faz X em 5 minutinhos ou que Y até meu sobrinho pode fazer.

Mas isso não significa que não há urgências: trabalhando num eCommerce, por exemplo, eu já tive que landing pages em poucos dias porque o designer gráfico estava atolado. Também já houve casos em que falhas de design e outras tragédias técnicas me obrigaram a correr. Não há emprego sem imprevistos!

* E sim, UXers obviamente fazem horas extras como todo mundo, às vezes até demais inclusive. O ponto é que geralmente elas são frutos de erros (planejamento, gestão de tempo, etc.), e não um cliente babaca que acha que pode tudo.

E não, não tô dizendo que nunca vão te explorar — afinal, cliente e chefe merda têm em qualquer área — mas lembra que tem vagas de sobra por aí? : )


Vagas internacionais [5]

Em tempos de Bolsomito, como não destacar as inúmeras oportunidades internacionais do mercado de User Experience?

Nem o combo pandemia + crise generalizada me impediram de participar de vários processos seletivos internacionais, então você já pode imaginar como seria caso as fronteiras ainda estivessem abertas. Só no LinkedIn Jobs são pelo menos 178 mil vagas de UX pelo mundo!

Sim, muitas delas são inacessíveis: limitações de idioma, exclusividade para nativos et cetera. Mas ainda que só 10% delas fossem viáveis, isso significa que você ainda teria 17 mil oportunidades de ficar bem longe do mito 😂

Mas tem alguns poréns, é claro: inglês fluente é absolutamente indispensável e, graças ao vírus impulsionado pela mídia intergaláctica golpista, muitas empresas não querem nem ouvir falar do Brasil. (Outro “problema” é que o trabalho remoto tá ficando tão comum que a imigração já está fora de questão para muitas empresas.)

Deixando isso de lado, eu conheço inúmeros outros brasileiros que também conseguiram (e ainda conseguem) oportunidades foram do Brasil, então se esse for um objetivo, pode migrar de área despreocupado!


Pensamentos finais

Eu poderia finalizar te prometendo o mundo, mas devo falar mais uma vez: não há milagres em User Experience.

Não sonhe com mudar de área do dia pra noite, nadar em rios de dinheiro, ou trabalhar na Suíça. Tudo isso pode acontecer, porém o mais provável é que você passe um bom tempo no LinkedIn reclamando de falta de vagas para iniciantes.

O meu ponto é apenas que o esforço vale a pena — principalmente se você ama lidar com pessoas, já que o trabalho de UX envolve muuuita pesquisa e conversa. Aliás, é justamente essa compreensão e resolução das dificuldades humanas que tornam essa área tão recompensadora!

Se você tem dúvidas, dicas, ou mesmo críticas, é só ir aos comentários! : )

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