Descubra como o design do baralho mudou pelos séculos

Descubra como o design do baralho mudou pelos séculos

Você já notou que o design das cartas de baralho é a combinação perfeita entre estética e funcionalidade?

O baralha é um item tão fascinante que – pasme –, toda vez que você embaralha as cartas pode gerar uma combinação que NUNCA ninguém no mundo conseguiu!

Não por acaso, um simples deck de baralho é capaz de proporcionar uma infinidade de modos diferentes para se divertir, e o legal é que cada um deles também possuem “modalidades”, como os quase idênticos tranca e o buraco e as muitas outras versões que existem no poker. 

Mas, finalmente, qual é a história por trás das cartas? E mais importante, por que o seu design é tão bom e eficaz?

A história das cartas

Há quem acredite que os jogos de cartas tenham surgido na China, por volta do século X, sendo inicialmente feitos de osso ou marfim e, mais tarde, com a invenção do papel, fabricados em um papel mais pesado. Entretanto, existem também aqueles que afirmam que sua origem é árabe durante o século XIII.

Apesar dessa incerteza, relatos sustentam que as cartas já podiam ser encontradas na Europa no século XIV, já ficando popular em vários países no XV, graças a evolução dos processos de impressão e de fabricação de papel.

O baralho, como conhecemos hoje, é uma fusão da versão espanhola, com a francesa, e um leve toque inglês: no primeiro modelo, cada naipe representava uma parcela da sociedade da época, sendo:

  • Ouros — simbolizado por moedas de ouro — correspondia aos comerciantes; 
  • Espadas, aos militares; 
  • Copas — traduzido do espanhol como Taças — retrata o clero; 
  • E bastos — traduzido como bastões ou paus -, refletia a classe proletária. 

E aí chegou o padrão francês, que aprimorou e remodelou os naipes espanhóis e se difundiu após o Renascimento, principalmente porque os símbolos franceses eram mais simples e fáceis de reproduzir em larga escala. Mas e o toque inglês? É só reparar nas iniciais das cartas do rei (K — king), dama ou rainha (Q — queen) e valete (J — jack).

Além disso, também foram atribuídas personalidades históricas às cartas “reais”: 

O Rei de Ouros, por exemplo, representa Júlio César do Império Romano; o Rei de Espadas, Davi; o Rei de Copas simboliza Carlos Magno e é o único rei sem bigode e com uma espada atravessando a sua cabeça; já o Rei de Paus, retrata Alexandre, o Grande.

O design gráfico do baralho

O baralho é belo exemplo de simetria em design. Além de tornar as cartas mais atraentes, o uso desse princípio básico tem a função de fazer o jogo fluir: 

Na medida em que você não precisa nem se preocupar com a disposição das cartas em sua mão, pois independente de como estejam, você saberá perfeitamente qual carta está segurando. 

O mesmo acontece com as cartas “reais”, em que os personagens ocupavam a carta inteira! Até que alguém, em meados do século XIX, aplicou o mesmo princípio simétrico (que reflete as cartas verticalmente) e tornou todos os personagens ficassem facilmente identificáveis em qualquer disposição para os jogadores.

O diferentão é o Ás, que por algum motivo não dispõe dessa mesma simetria / reflexo vertical: ele se resume a único símbolo no centro da carta. Isso porque, diferente dos infinitos traços artísticos dos personagens, esse símbolo não apresenta dificuldade de identificação.

E falando nisso, você já percebeu que o Ás de Espadas sempre traz algum destaque especial? Isso ocorre porque, beeem antigamente, os baralhos recebiam um carimbo como prova de que os tributos sobre ele foram pagos – e esse carimbo era feito sobre a primeira carta do baralho, que quase sempre era o Ás de Espadas. Como todos se habituaram a isso, a tradição é mantida até nos dias de hoje.

Mas não acabamos ainda, já que o design das cartas do baralho vai além da simetria na hora de maximizar a sua funcionalidade: 

Os números e as letras são estrategicamente dispostos nos cantos das cartas, possibilitando que você as segure bem juntas umas das outras e, ainda assim, consiga ver o valor de cada carta, o que permite que em uma só manhã você segure uma quantidade de cartas enorme. Bem pensado, né?

Outro detalhe que faz a diferença é a repetição dos ícones dos naipes de acordo com o valor da carta – uma ideia simples que acabou descartando a necessidade de tipografia!

Mas fala aí, você já tinha parado para pensar no design das cartas do baralho? Conta pra gente o que você achou do desses dados!

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