"Designers, robôs vão roubar seus empregos" – FastCo 3

Designers, robôs vão roubar seus empregos” – FastCo

"Designers, robôs vão roubar seus empregos" – FastCo 3

Designers, robôs vão roubar seus empregos” – FastCo

Não é de hoje que afirmo que inteligências artificias / robôs vão roubar os empregos de designers.

Mas agora quem afirma é a Fast Company – uma autoridade em design respeitada por milhões de profissionais ao redor do mundo.


E não se iluda achando que isso é o velho alarmismo do século 20, ou que você é um ser criativo demais para ser substituído:

Você sabia que já há jornais escritos por robôs lá fora?

E sabia que inteligências artificiais são usadas para fazer o design de antenas para a NASA ou até mesmo tratar o câncer MUITO melhor que a gente? Se não, confira o IBM Watson – já chamado “o melhor médico do mundo”.

O principal motivo é o tal algoritmo genético, uma forma de inteligência artificial cognitiva que vai roubar o emprego de multa gente por aí. Eu explico:

Algoritmo Genético

O nome já indica: é uma inteligência artificial inspirada na evolução das espécies (aquela do Darwin).

Basicamente, essa inteligência artificial entra em ciclos infinitos de tentativa e erro, sempre filtrando o que melhor se adapta ao seu meio (como a seleção natural faria).

A consequência disso é simples: com uma capacidade de produção infinitamente maior que a de qualquer ser humano – e sem NUNCA ter um bloqueio criativo –, o robô pode aprender 24 horas por dia!

Abrindo uma loja para mulheres de 20 a 40 anos? O Algoritmo saberá exatamente o que agrada cada uma delas – e pior: pode projetar especificamente para elas.

Aliás, você sabia que isso já é usado no Netflix?

Sabe quando você tá pesquisando um seriado e aparece que ele tem 3 estrelas?

O que é 3 estrelas para ti pode ser 1 estrela para mim – e a inteligência artificial do Netflix sabe disso!

Em vez de usar o método tradicional – no qual milhares de pessoas votam e uma média é enviada a todos –, o robô do Netflix procura saber exatamente o que você gosta e gera uma média especial para você – te condenando a um ciclo de séries irresistíveis que você simplesmente não pode voltar a dormir sem terminá-las.

Essa inteligência artificial pode inclusive filtrar teus gostos por dias da semana e até mesmo hora, como nenhum designer poderia.

Não é casado e passa a semana inteira em casa? Você recebe seus seriados agressivos como Vikings.

Ah, e o Netflix já percebeu que você fica mais romântico aos sábados porque sua namorada está na sua casa, então não se surpreenda com One Three Hill na sua homepage!

E não se preocupe, pois o site já sabe que domingo é o sua dia família, por isso talvez Adam Sandler pode pipocar na sua home!

Pois é… designers trabalharam décadas para fazer isso, e agora uma inteligência artificial pode incorporar o criativo sabichão e resolver tudo sozinho.

Se você for designer gráfico, você entenderá esse “problema” melhor agora:

Como uma inteligência artificial roubaria o emprego de um designer gráfico?

Usando um pouco de big data e algoritmo genético, um robô designer poderá vasculhar a internet do mundo inteiro – e descobrir o que seus 3 bilhões de usuários admiram, compartilham e acumulam.

E é mais ou menos isso que o Mark Maker está fazendo neste momento.

Mark Maker: a inteligência artificial que faz logotipos!

Inspirada na magia do algoritmo genético, o Mark Maker faz logotipos usando uma inteligência artificial que funciona da seguinte maneira:

Você entra, e ele te dá dezenas de logos ridículos como esse:

Mark Maker: a Inteligência artificial que cria logotipos até ter o resultado perfeito (ou não, né)! 4

Em poucos minutos, a inteligência artificial evolui e vai capturando todas as nuances da sua preferência por logotipos – e ficando ridiculamente melhor, como você pode ver nas imagens abaixo:

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(O primeiro quadro traz os primeiros resultados, e o segundo os últimos e mais refinados)

E o resultado são alguns logotipos ridiculamente inadequados – mas outros poderiam facilmente ser o logotipo de um blog de design, e você não pode negar.

Tudo que eu fiz foi clickar em logotipos aleatórios que eu julgava “bonito” ou que tinham um diferencial… sim, logos que tinham um diferencial.

Note que de uma hora pra outra o robô começou a fazer mais logotipos com duas cores, ou com uma letra especial (ou um degradê).

Isso aconteceu pois eu comecei a clicar nesse tipo de logotipo – e inspirado em logos anteriores (que tinham fontes sans serif), ele gerou esses logos mais “modernosos”.

O Markmaker descobriu o gosto do público-alvo dele, que precisa justamente de uma tipografia sans serif e com cores que transmitem confiança e seriedade.

E quando isso usar big data?

Se você leu o artigo mais acima, você já imagina o problema:

Robôs como o Mark Maker serão capazes de fazer testes em escala global (e ver os milhões de designs já feitos), descobrindo precisamente o que cada público-alvo gosta.

Sua empresa foca em jovens de 15 a 25 anos que gostam de jogar Pokémon Go e andar de skate?

A inteligência artificial vai procurar exatamente o gosto médio dessas pessoas e gerará resultados em cima disso – ou pior: talvez o resultado nem seja o gosto médio, mas sim o gosto exato.

Assim como no caso da Netflix, e no polêmico novo logotipo da Oi, os robôs podem começar a fazer designs dedicados!

O novo logo da Oi MASSACRA os ignorantes (como a gente), você sabe por quê? 1

Como você sabe, esse logotipo se adequada a cada usuário – aliás, exatamente o que eu falei sobre o Netflix, não é mesmo?

E ainda tem um pequeno diferencial:

Robôs são criativos destemidos

Imagina um algoritmo genético de design analisando um público-alvo masculino, que gosta de X e Y e ele tem a seguinte ideia: nosso design tem que ser rosa-choque.

Você faria um design rosa-choque para homens? Você tem bom senso, não faria – mas o robô não pensaria duas vezes!

Sabe o que pode se concluir de imediato?

Os webdesigners serão os primeiros a sofrer

Sim, ainda não é chegado o dia em que inteligências artificiais saberão como desenhar e ilustrações, com lindos mascotes e elementos de apoio na sua identidade visual (embora os sonhos do Google já me deixem preocupado).

Porém, criar um site ou aplicativo é – sem ofensa – fácil de se fazer até por um daqueles cachorros robô da Rihappy.

Em geral, são apenas amontoados de textos e blocos, com fotos e sobreposições, feitos a partir de databases (fotos que já existem, com códigos que já existem, e “estruturas” padronizadas).

Ao misturar big data e algoritmo genético, uma certa hora chegaremos a uma inteligência artificial e falaremos:

Eu preciso de um app para mulheres de 20 a 25 anos, elas usam Tinder, são viciadas em Instagram e Angry Birds. Ah, e esse é um app de culinária.”

Em minutos, esse robô designer irá pegar exatamente o que atrai cada uma dessas mulheres em cada um desses apps – e entregar uma interface 100% personalizada com UX Design especialmente instigante para elas.

Wix já faz sites com inteligência artificial

Não tava acreditando em tudo que eu falei?

O famoso Wix lançou uma inteligência artificial que faz sites automaticamente – pois é, agora não é mais nem DIY, é DIFY (Do It For You)!

Não testei ainda e por isso não falarei muito sobre, mas é de se concluir que em breve essa AI Designer estará coletando dados à la big data e tornando os webdesigners medianos completamente descartáveis.

AH, mas só os ruins e medianos…” Sim, 90% dos profissionais se encaixam em ruim ou mediano, ou tu se acha o Rei do Camarote?

Se um robô designer roubar meu emprego, o que vou fazer?

É óbvio que as inteligências artificiais não roubará os empregos de 100% dos designers, mas podemos tirar algumas conclusões muito óbvias:

  1. Os sobrinhos vão morrer.
  2. Os designers medianos vão ralar.
  3. Os grandes designers irão se reinventar.

No primeiro caso, o motivo é óbvio: se uma inteligência artificial puder fazer todo o meu design gráfico – e de graça –, por que eu pagaria a um sobrinho?

Já o segundo, é simples: mais confiantes do que nunca que podem fazer bom, mais rápido e mais barato, o cliente estará menos propenso a pagar 500 reais por um logotipo.

O segredo está no terceiro: os bons designers irão encontrar maneiras de provar seu valor, e isso pode ser feito “ditando as regras” para esses robôs ou virando um curador de conteúdo (que certamente serão necessários).

It’s very likely that em algum momento designers ficarão olhando para um PC gerando resultados, como analistas das bolsas de valores fazem vendo simulações de ações por robôs, e então decidirão “no que investir”.

Criatividade Não É Mágica

Parece, mas não é!

Estou internado e não posso continuar esse post, por isso deix aqui uma dica do Felipe Perobelli (que inspirou esse post).

Aprecie (e choque-se)!

"Designers, robôs vão roubar seus empregos" – FastCo 3

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