Case Completo do Rebrand da Fórmula 1

Case Completo do Rebrand da Fórmula 1

O redesign da Fórmula 1 não é só um novo logo, mas uma nova era estratégica de branding entre marca e fan base.

Estamos falando de fato de uma nova marca, que pretende resgatar toda a glória que o esporte perdeu na última década.

Tópicos do Artigo 

Por que um novo logo?

O grande objetivo não é deixar o logo mais X ou Y, mas sim afirmar a nova direção por trás da marca, que foi comprada pela Liberty Media no início de 2017.

Marca essa que vinha ladeira a baixo há anos e perdeu muitos fãs (eu incluso), ameaçando falência e se tornando cada dia mais um esporte de magnatas — que por serem poucos, não conseguem manter os custos milionááários do esporte.

Por isso contrataram a grandiosa Wieden+Kennedy, que pretende tirar a F1 da ostentação de Monaco e trazê-la aos fãs, com eventos interativos como Fan Zones e outras experiências que trazem a marca de volta para as nossas salas.


O Conceito

Queremos nos tornar realmente fan-focused, entender os corações e almas dos fãs, assim como o futuro do esporte.

O rebrand começou com uma pesquisa mundial para descobrir o que os fãs pensavam da marca, e as conclusões são conhecidas minhas:

  • Os dias de glória do esporte se foram;
  • a engenharia está eclipsando os pilotos;
  • ganha o melhor carro, não o melhor atleta.

E é claro que não largamos o esporte por não gostarmos mais dele, mas simplesmente porque a graça morreu — e se ela ressuscitar, ficaremos felizes em voltar.

É só o esporte voltar a ser mais competitivo, humano e menos “distante e mecânico” que todos voltaremos a acordar de magruda para assisti-lo!

A nova identidade é vanguardista, surpreendente e dinâmica, exaltando os valores buscados pelos fãs.


Entendendo o redesign

As duas possibilidades finais de logo

Nas palavras da própria W+K, “não tinha como fazer um ‘F1’ melhor que o anterior [até pelo legado que ele carrega]”, por isso um estudo minucioso era indispensável.

O conceito do redesign é uma pista de corrida, na qual os dois pilotos saem de uma curva (F) e cruzam a linha de chegada (1) — uma forma de sinalizar que a competitividade voltará ao esporte.

E a aplicação estava acima de tudo: sem linhas “confusas” como na anterior, nem traços finos que podemos complicar certos substratos: a marca é “pesada”, forte e literalmente marcante, não só para firmar o retorno aos tempos de glórias, mas para encarar qualquer desafio.


A tipografia da Formula 1

A W+K contratou o designer Marc Rouault exclusivamente para desenvolver uma nova fonte para a Fórmula 1, que chega a nós em 3 diferentes pesos e nomes.

O conceito aqui é uma tipografia que incorpora o motorspot, mas com uma pegada mais retrô — o que provavelmente é uma forma de indicar aos fãs que a velha e saudosa F1 está voltando!

E o outro objetivo óbvio é facilitar as infinitas aplicações (mais abaixo), que vão desde o site até o merchandising e mega letreiros gigantes.


Aplicações da Marca

Nova marca da Formula 1 nos capacetes

Temos uma gama de aplicações enorme, e fãs que realmente colecionam o que a F1 produz, por isso a qualidade e valor têm de estar claros em tudo.


Minha opinião

Há pontos indiscutivelmente superiores no logotipo anterior, sendo eles 1) compreensão imediata, 2) simplicidade e a 3) gestalt por trás dele, é claro.

A gestalt fará falta: tem aquela pegada genial que faz o fã se sentir o espertalhão quando ele vê a sigla se formando por trás do espaço em branco.

Mas por outro lado, vários fãs disseram nunca terem entedido o logo (talvez até por ser um público mais velho), então essa é mais uma prova que o logo anterior precisava ser substituído.

O problema é que essa marca nova parece mais confusa que a anterior, ao ponto de eu ter minhas dúvidas se um outsider consegue ver uma sigla por trás do desenho (que parece mais um símbolo).

Eu mesmo vejo um Fi, não um F1, o que me faz achar sua eficiência questionável e duvidar que ele irá sobreviver 2–3 décadas como o anterior.

Mas tudo bem, a marca precisava disso: a Fórmula 1 de hoje não é a mesma de 90, nem sequer a mesma de 2010. Estamos frente a uma esporte semi-falido que quer se reerguer e voltar a ser, entre aspas, “mainstream”.

Por essas e outras, o redesign é totalmente bem-vindo e aprovado!

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