Especialista em logo design dá dicas indispensáveis de como fazer uma marca realmente poderosa!

A Pesquisa é a principalmente habilidade a ser dominada por um designer: em tempos de Illustrator, milhares são os “designers” que acreditam que um projeto é só abrir o software e começar a desenhar. O que é um lastimável engano que limita o profissional a fazer um projeto dentro da sua percepção do mundo – e sabemos que um designer não é um artista; ele projeta para o mundo, logo entender esse mundo é uma obrigação.

Vale lembrar que “design” significa “projetar”! A palavra “projeto” vem do latim “projectum”, do verbo “proicere”, sendo “pró” um prefixo de PRECEDÊNCIA e “iacere” significando “fazer”, logo design é todo o ato antes de abrir aquele software que todo micreiro pode dominar!

É esta a técnica que te permite a projetar não o que o cliente quer, mas sim o que o cliente precisa, como Ian Pager (do Logo Geek) que inspirou esse texto nos ensina!

01. Por que a empresa precisa de um novo logotipo?

Antes de projetar um logo, é essencial entender a real razão pela qual você está fazendo‑o!

Um redesign de logo pode vir por diversos motivos: novo proprietário, gerência, produto ou serviço – ou até mesmo um novo ethos (ou branding) –, e tal motivo deve estar incorporado em seu design!

Um bom exemplo disso é o McDonald’s, conhecido pela trash food: neste ano um redesign foi feito pois o fast food não quer mais ser conhecido como um vendedor de lixo orgânico – ou seja, o rebranding do McDonald’s é o norte do redesign.

O design é poderoso ao ponto de ajudar a marca a vender seu lixo sem você se sentir culpado por consumí-lo (infelizmente).

02. Pesquise a companhia e seus produtos!

Um tanto óbvio: é necessário saber profundamente o que a empresa faz e porquê; saber sua história e serviços oferecidos, assim como entender muito bem quais problemas que ela resolve!

Com isso você também saberá os valores da marca, como qual mensagem deve ser comunicada ao público-alvo e como tal interação deve ocorrer! Ao conhecer profundamente o que o seu cliente faz, você vai descobrir porquê aquela marca é (ou será) bem-sucedida – e seria bom que isso ficasse evidente no primeiro contato do público com ela (o Sistema de Identidade Visual)!

Como dissemos há alguns dias no “o que a Apple e Starbucks me ensinaram sobre branding”, uma marca é uma história! Ninguém compra um iPhone porque precisa de um celular, assim como ninguém paga 15 reais em um café porque precisa despertar – esses produtos são apenas desculpas que as marcas te dão para você fazer parte de uma história!

03. Quem EXATAMENTE é o público-alvo?

Quem nunca lidou com um cliente que não faz ideia de para quem ele vende? As empresas grandes frequentemente conhecem bem o seu público, mas as pequenas nem conhecem esse conceito (como aquele senhor que acha que ele vende para todo mundo)!

Nesse caso, uma das soluções é pedir ao cliente para descrever como seria seu cliente ideal! Mas você deve também estudar, lifestyle e atitudes desse público – ao se colocar nos sapatos do seu público (empatia), o sucesso é quase garantido!

E uma ótima maneira de aprender a fazer isso é participar do dia-a-dia delas, assim como dissemos no post de “como fazer a melhor marca da sua vida”: se você está projetando para um museu, por que não ir viver esse museu? Isso permitiria saber não só como a staff percebe o ambiente trabalho, mas também como cada visitante interage com ele!

04. Estabeleça quem é a concorrência!

Saber quem são os arqui-inimigos da marca é essencial, pois você pode aprender não apenas o ethos deles, mas também observar como seus valores se traduzem em todo o design! E um bônus é que isso dificulta vários acidentes (como você acabar fazendo uma “cópia” não-intencional de logotipo)!

Porém, descobrir os concorrentes nem sempre é tão fácil: as vezes o mercado do teu bairro acredita que o concorrente dele é o Carrefour lá do centro da cidade, quando na realidade o némesis é o mercadinho barateiro do outro quarteirão!

E tal erro seria facilmente superado ao perguntar a alguns clientes onde mais eles fariam suas compras, não é mesmo? Boas pesquisas evitam logos questionáveis com o do Uber (feito pelo CEO); um exemplo de trabalho limitado à mente do “designer”!

05. Pense a longo prazo!

Um logotipo deve sobreviver ao tempo: ele não pode se basear em modinhas ou qualquer coisa obviamente passageira! Embora o design de logo tenha tendências (← e listamos quatro delas), elas não devem nortear o trabalho, mas sim “perfeccioná-lo”!

É importante cuidar para que seu desenho não fique ultrapassado (como o primeiro logo da Apple), assim como é importante saber como essa marca vê o futuro: hoje a marca só vende hambúrgueres, mas será que ele já não pretende vender tudo que é lanche?

Por isso que é importante investigar como o cliente vê o negócio daqui 5 anos, descobrindo quais os caminhos que a marca seguirá! É isso que permite fazer projetos retrôs e ainda assim maravilhosamente adequados, como o redesign da Budweiser!

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